Publicamos hoje os textos vencedores dos Jogos Florais – 2º Ciclo – 2009/2010
UM LIVRO ESPECIAL
- Meninos, quero que leiam os livros que estou a distribuir pois, para trabalho de casa, é fazer o resumo dos mesmos. – dizia a professora, enquanto distribuía livros pelas carteiras dos seus alunos.
- Tinha de me calhar um calhamaço destes. – resmungava o Marco, enquanto olhava para o livro que a professora lhe acabara de entregar.
- Vamos alterar o trabalho... e vão fazer um resumo de um texto à escolha, no manual. Vão todos fazer isso, quer dizer...todos menos o Marco que vai fazer o resumo e agora, também, o reconto do livro que eu lhe entreguei – disse, então, a professora olhando para o Marco, com um olhar assustador. Marco, tens oito dias para o fazer!
Tocou para a saída. A Ana, a Sara, o Bruno e o Diogo foram ter com o Marco que resmungava sozinho.
- Então, amigo? Vais ver que vais conseguir acabar o trabalho a tempo. – disse o Diogo, tentando consolar o seu amigo.
- Tive uma ideia! – gritou, de repente, a Ana. - E se fôssemos, depois de termos feito os trabalhos de casa, ter à tua casa e ajudar-te a começar a fazer o trabalho?
- Claro! – exclamou o Marco que parecia muito contente.
Uma hora mais tarde, a Ana, o Bruno, a Sara e o Diogo chegavam a casa do Marco que os conduziu até ao seu quarto. Começaram logo a reparar que o livro não tinha nada escrito nem desenhado. De repente, começaram a aparecer uns olhos, um nariz e uma boca, na capa do livro.
- Olá! – disse o livro.
Os meninos ficaram muito assustados.
- Não tenham medo, eu sou apenas um livro. Para me conhecerem melhor, vou apresentar-me, cantando uma canção.
- Não queremos nenhuma cantiga! – gritou o Bruno.
- Está bem...vamos à parte difícil. Como me deixaram “para trás”, estou a morrer e só quem conseguir formar uma frase com estas letras, me pode ler e salvar. – disse o livro, abrindo uma página cheia de letras.
Os cinco amigos pensaram muito bem e depois decidiram ajudar.
A primeira a descobrir uma palavra foi a Ana.
- Encontrei “Histórias”.
- E eu, “Mil”! – gritou o Bruno.
- “Uma”, encontrei! – exclamou a Sara.
- Encontrei a palavra “As”! – disse, então, o Diogo.
- Só falta este “e”. – acabou por dizer o Marco.
- A frase é “As Mil e Uma Histórias”. – gritou a Sara, cheia de alegria.
De repente, o livro encheu-se de histórias e, em cima da cama do Marco, apareceu o resumo e um reconto, como agradecimento, pensaram eles.
Marco ficou “safo”, graças ao livro mais espectacular do mundo e agora lêem todos os dias, à mesma hora.
Autora: Célia Subtil – nº 10 – 5º B – 1º Prémio ex aequo, com Manuel Sousa, nº 10 – 5º C
OS MENINOS DO LIVRO
Vou contar-vos uma história fantástica! A melhor que eu já li. Esta história fala-nos de cinco meninos, cinco personagens de um conto. Eles viviam dentro de um livro animado e eram felizes até que, um dia, uma das personagens perguntou:
- Por que estamos aqui? Nós devemos ter uma mãe como a menina que está a ler a nossa história. Já tinham pensado nisso?
Então, todos, em coro, responderam:
- Não! Porquê?
- Porque nós temos braços, pernas, orelhas, cabelo, olhos, etc... Somos humanos!
- Somos humanos? Não! Somos personagens de um livro animado daqueles que, quando se abrem, parece que vamos saltar lá para fora. – disse logo, decidido, o Gervásio, o mais esperto de todos.
Mas, pouco satisfeita, a Joaquina, médica de futuro - mas que tinha medo de sangue - decidiu arranjar forma de sair daquele livro que, para ela, era uma prisão. Foi buscar o trampolim todo colorido em que brincavam todas as tardes, no jardim e onde passavam a maior parte do tempo.
Saltou e...
Poing!
Um saltão enorme, como ela nunca tinha visto, pois parecia um meteorito prestes a cair no chão do quarto da menina que era feito de madeira de carvalho duro, duro que nem pedra!
- Pás!
- Ai que dor, ai, ai!... gemia a Joaquina, sem parar de se queixar das costas.
Quando se levantou, desatou a correr para a janela, para ver o mundo. Esfregou os olhos. Tudo era maravilhoso e parecia que estava nas nuvens, mas nada era como ela esperava. Pensava que tudo seria diferente do livro, mas não. Havia casas como no livro, havia jardins como no livro... Tudo como no livro?! Frustrada, saltou da beira da janela para o chão do quarto e correu para o livro. Saltou e:
- Pás!
Levantou-se e correu para a casa, abriu a porta e encontrou os seus amigos a lanchar e, ao vê-la, estes correram para ela e abraçaram-na, felizes.
- Por que nos fizeste isso, Joaquina? Se querias ir visitar o mundo, dizias! Nós íamos sem problema, está bem?
Então, Joaquina contou-lhes o que tinha acontecido e aprendeu a lição: nunca ir a lado nenhum, sem primeiro dizer a alguém.
E aprendeu também que as nossas coisas não são piores do que as dos outros.
Autor: Manuel Sousa, nº 10 – 5º C – 1º Prémio ex aequo com Célia Subtil, nº 1º - 5º B
O LIVRO MÁGICO
Um dia, na Escola E.B.2,3/S Dr. Daniel de Matos, uns meninos do 5º ano foram à Biblioteca Escolar para fazerem uma pesquisa para Área de Projecto.
Procuraram em livros e encontraram um livro chamado “O Livro Mágico”.
- Que livro é este? – perguntou o Rui.
- Não sei! Mas o que está a fazer aqui? Não está em nenhuma secção! Que estranho! – exclamou o Carlos.
- Talvez se tenham enganado! – acrescentou a Catarina.
- Mas aqui há duas secções estranhas! Uma é «história» com letra minúscula e outra é «História» com letra maiúscula! – exclamou o Sérgio.
- A pesquisa é sobre «história» com letra minúscula e «História» com letra maiúscula. Por isso acho que devíamos ler este livro. Não acham? – perguntou a Madalena.
- Sim! – responderam todos em coro, mas baixo porque, na Biblioteca, não se pode fazer barulho.
E começaram a ler…
Então, o livro começou a falar:
Que tipo de texto é que vocês preferem? Um texto histórico com cavaleiros, dragões e donzelas em perigo, ou um texto com histórias de fantasia, com fadas, príncipes, princesas e anões?
Os rapazes escolheram a parte histórica e as raparigas a parte das fantasias.
Então, começaram a “lutar” por causa do livro mágico até que rasgaram duas partes dele e o livro “castigou-os”: mandou os rapazes para a terra dos cavaleiros e as raparigas para as fantasias.
E cada mundo tinha uma história em que os rapazes e as raparigas tinham de encontrar um tesouro.
No caminho, eles encontraram-se…
- O que estão aqui a fazer? – perguntaram os rapazes.
- Estamos à procura de um tesouro! – responderam as raparigas.
- Nós também! – responderam os rapazes, admirados.
Então, foram todos à procura do tesouro, em equipa.
Quando encontraram o livro mágico, este mandou-os para a vida real e os meninos ficaram com a sua história escrita no livro e aprenderam a trabalhar em equipa.
E já tinham o trabalho de pesquisa feito!
Autor: Diogo Francisco, nº 17 – 5º B – 2º Prémio ex aequo, com Leandro Ferreira, nº 13 – 5º D
O MONTE DAS EXPLICAÇÕES
Há muito tempo, numa terra distante, cinco amigos muito aplicados queriam aprender a ler, mas os pais não tinham possibilidades de os mandar para a escola.
Eles queriam muito aprender e, por isso, combinaram ir ao Monte das Explicações.
Nesse dia, foram comprar um mapa, mas quem o teve de ler foi o senhor Alfredo.
Seguiram em frente mas, tal como o senhor dissera, tinham de passar por três obstáculos.
Em primeiro, tiveram de passar por um rio de piranhas, mas foi tarefa fácil, porque o Luís estava habituado a fazer jangadas.
Depois, tiveram de passar por um lago com areias movediças e lembraram-se de imitar o Tarzan, a balançar nas lianas.
Por fim, chegou o mais difícil: tinham de escalar o Monte das Explicações, mas a Sara, a Andreia e o Rui, sempre que podiam, escalavam o grande carvalho que estava no parque.
Juntos, conseguiram chegar ao topo do monte onde o génio das letras lhes perguntou quais eram os seus desejos.
Eles responderam que só queriam aprender a ler e a escrever.
Esse desejo foi-lhes concedido e leram todas as histórias do mundo, sem ajuda dos pais.
Autor: Leandro Ferreira, nº 13 – 5º D – ex aequo com Diogo Francisco, nº 17 – 5º B
UM DIA FELIZ
Era uma vez cinco meninos que não gostavam de ler. Tentavam, tentavam e tentavam… Já na escola era a mesma coisa.
Certo dia, a professora Marta disse a um dos meninos para ler.
- Mas, professora, eu não eu não gosto de ler! – respondeu um.
- Eu, quando tinha a tua idade, também não gostava de ler mas, aos poucos, comecei a gostar de ler e agora sou professora de Língua Portuguesa!
- Os meus outros colegas – a Maria, o José, o António, a Rosa e o Carlos – também não gostam de ler! – disse o Carlos.
- Então, hoje, eu vou dar-vos um livros e os cinco vão lê-lo! – disse a professora Marta.
Começou a Maria, a ler. Ela leu uma parte em que o príncipe foi salvar a princesa; o José leu uma parte de terror e fantasmas; o António leu uma parte de marinheiros e piratas; o Carlos, de vampiros e a Rosa leu a Hstória de Portugal.
Todos os cinco gostaram de ler este livro e, a partir desse dia, todos os meninos dessa escola passaram, realmente, a gostar de ler, também.
Autor: Diogo Duarte, nº 27 – 5º B – 3º Prémio ex aequo com Matilde Henriques, nº 13 – 5º C
UMA TARDE EM CHEIO
Era uma tarde de Verão, quando Guilherme e André foram à biblioteca fazer um trabalho.
- Acho que devemos procurar nos livros e não no computador, pois nos livros é mais interessante. – disse o Guilherme.
- Como queiras, tu és mais inteligente do que eu; por isso, deves saber melhor o que é mais interessante. – respondeu o André, sem conseguir esconder o entusiasmo.
- Só não gosto de uma coisa. – disse o Guilherme.
- De quê? – Aqui está tudo óptimo. – respondeu o André, curioso.
- Não sei, acho que devíamos ir lá para fora, pois estou farto de estar numa sala de aula. – sugeriu o Guilherme.
- Tudo bem!
No dia seguinte, foram outra vez à Biblioteca requisitar livros e, quando estavam sentados debaixo de uma árvore, viram passar a Inês, a Ana e a Patrícia.
- O que estão a fazer, rapazes? – perguntam as três.
- Estamos a fazer aquele trabalho da Área de Projecto, sobre o aquecimento global. Querem juntar-se nós? – perguntou o Guilherme.
- Pode ser! – disseram elas.
- Podiam ir buscar um livro e vir para aqui, ler connosco!
E lá foram elas.
- Olá, meninas, por aqui? – perguntou a bibliotecária.
- Sim, viemos procurar um livro para ler, Dona Rosa. – informou a Inês.
- Querem a Menina do Capuchinho Vermelho? – perguntou a Dona Rosa.
- Pode ser.
Entretanto, foram ter com os rapazes e disseram-lhes que havia qualquer coisa de estranho. E, quando abriram o livro, viram que havia ali uma personagem que não lhe pertencia.
- Olá, podiam ajudar-me a ir para a minha história? É que eu zanguei-me com as minhas irmãs… – disse a Gata Borralheira.
- Tudo bem mas, de que livro és? – perguntou o Guilherme.
- Sou do livro “A Gata Borralheira”. – respondeu
- Vamos, meninos, vamos procurar o livro. – disse a Ana
- Mas não digam à Dona Rosa. – disse a menina.
- Tudo bem. – concordaram.
E tinham procurado por todo o lado, menos em cima das prateleiras, quando o André lembrou:
- Então, e em cima das prateleiras, não procuramos?
Quando encontraram o livro, fizeram uma festa, despediram-se e a Gata Borralheira foi para dentro da sua história, mas continuam a encontrar-se…
Autora: Matilde Henrique, nº 13 – 5º C – 3º Prémio ex aequo, com Diogo Duarte, nº 27 - 5º B
UM VICIADO EM LEITURA
Eu conheço um rapaz chamado Paulo que é, realmente, um viciado em leitura!
Não tem preferência por qualquer tipo ou área de leitura, pois lê tudo o que lhe aparece à frente desde banda desenhada, textos dramáticos, textos narrativos, lendas, fábulas, contos de fadas, poesia ou filosofia... É-lhe indiferente!
O Paulo tem mesmo este gosto raro pela leitura o que acontece com poucas pessoas e, por vezes, até esconde um livro por debaixo dos livros da disciplina que está a ter naquele momento e Geografia é realmente a disciplina em que isso mais acontece, pois é em quase em todas as aulas...
Assim sendo, o Paulo já leu quase todos os livros da biblioteca da escola e, quando os requisita, a funcionária até fica espantada, pois são sempre mais de três exemplares de cada vez!
Depois, em casa, pega no monte de livros que traz da biblioteca e espalha-os à sua volta. Quando acaba de ler um, atira-o para cima da cama e, logo de seguida, agarra outro e começa a lê-lo.
À noite, come sempre com meia hora de atraso por ler tão concentradamente que nem ouve a mãe a chamá-lo para o jantar e tem de ser ela a ir lá ao quarto para lhe lembrar que está na hora da refeição.
E, assim, Paulo vive feliz a ler todo o tipo de livros e a aperceber-se de que tem cada vez mais conhecimentos sobre todas as matérias.
Autor: Leandro Miguel Fernandes – nº 18 - 6º C – 1º Prémio
O RAPAZ QUE LEU CEM LIVROS
Era uma vez um rapaz que se chamava Pedro e que vivia no campo e adorava ler.
Na sua casa, tinha uma divisão só para livros. Livros de todas as cores, feitios, tamanhos e com as mais diversas histórias.
Pedro, quando voltava da escola, sentava-se no chão com os livros que queria ler, à sua volta.
Quando a mãe o chamava para comer, ele não queria parar de ler e só ia quando terminava a leitura do livro que estivesse a ler, naquele momento. A mãe, impaciente, bem esperava, mas... nada!
E, um dia, Pedro fez uma promessa que era ler os cem livros que tinha nas prateleiras.
Assim, chegou a ser o melhor aluno da escola, a Língua Portuguesa, pois tinha, como nota, sempre “5” muito alto e os seus pais estavam cada vez mais orgulhosos do seu filho.
Este rapaz chegava a ler três livros por dia, um atrás do outro, e nunca se cansava.
Numa manhã de Verão, quando acordou, Pedro foi ver a lista de livros que já tinha lido e verificou que apenas lhe faltava um para completar a promessa. Como estava ansioso por terminar, foi logo lê-lo e, passada uma hora, já tinha lido o livro todo.
Quando chegou à escola informou logo o professor de Língua Portuguesa de que tinha lido exactamente cem livros e o professor ficou com um sorriso de orelha a orelha!
E, assim, Pedro ficou muito feliz e exclamou: «Sempre valeu a pena o meu esforço!»
E decidiu fazer uma festa para comemorar e convidou os colegas e amigos.
Autora: Gabriela da Cunha Jorge - nº 15 – 6º B – 2ºPrémio
ESTRELATO, AMIGOS E LIVROS
Era uma vez um rapaz chamado Tiago. Tinha cabelo castanho e algumas sardas e andava sempre muito corado.
Era um rapaz muito especial porque, ao contrário dos seus colegas, ele adorava ler. Lia sobre todos os assuntos: em banda desenhada, narrativa, ficção científica, sobre animais, plantas...
O seu sonho era ser escritor, pois era muito bom aluno na disciplina de Língua Portuguesa.
Um dia, numa aula desta disciplina, o professor informou:
- O vosso trabalho de casa é fazer uma composição de tema livre e a melhor de todas será publicada no jornal da escola.
- Que bom! - sussurrou Tiago.
- É a tua oportunidade, porque és mesmo bom a escrever! - exclamou, em voz baixa, a sua colega Helena.
E, quando chegou a casa, Tiago foi logo pôr mãos à obra.
- Já sei! Vou usar o meu diário! – exclamou, entusiasmado.
Foi à estante e pegou no pequeno livro azul que estava entre muitos que havia naquela prateleira.
Como era criativo, sempre que registava um dia, inventava tudo, dizia que a escola era um reino mágico e que aí havia bruxos malvados.
- Está perfeito! - comentou consigo próprio.
Esteve uma hora a passar vinte folhas para o computador e enviou tudo por e-mail, para o professor.
Na semana seguinte, a história estava no jornal, juntamente com uma fotografia sua.
Todos o felicitaram e, dias depois, uma editora quis publicar um livro da sua autoria, só que precisava de mais páginas escritas.
O rapaz usou, então, todos os seus antigos diários e tornou-se famoso em pouco tempo, mas esqueceu-se dos amigos.
Felizmente, abriu os olhos e remediou as coisas a tempo.
Moral da história: «Os sonhos podem realizar-se, mas temos que valorizar os amigos e continuar com os pés assentes na terra.»
Autora: Mariana Aleixo dos Santos – nº 21 - 6º B – 3º Prémio
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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