Iniciamos hoje a publicação das histórias do mês referentes a Maio/Junho. Esta actividade conta não só com a participação dos alunos mas também com a dos professores, funcionários, encarregados de educação, etc.
Histórias da Lua
Era uma bela noite de Primavera e eu dirigi-me para a janela do meu quarto.
Estava lua cheia.
A lua brilhava de tal forma que iluminava tudo à minha volta.
Ao mesmo tempo parecia que existia uma magia especial no ar que tornava tudo mais belo.
Senti que aquela noite fantástica e calma estava diferente.
Parecia que algo de belo estava para acontecer e foi nesse instante que olhei novamente para a Lua e...
Imensa e brilhante, deitada num céu de seda, a lua penteava os seus enormes raios de luar que se espalhavam pelo firmamento, como se fossem cabelos.
Aquela imagem mágica invadiu-me e, durante um tempo que pareceu infinito, fiquei parada a olhar o céu como se o tempo acabasse ali, naquela noite em que o luar parecia estar a dizer-me: “Anda comigo! Anda comigo!...”
Depois, motivada por aquele convite, olhei para trás. E como se não sentisse algum barulho vindo do resto da casa, decidi agarrar um desses raios de luar-cabelo, que a Lua, com muita simpatia, me estendia.
Com cuidado, sentei-me no raio. Agarrei-o bem com uma mão e, com a outra, agarrei a extremidade, fazendo um baloiço que me levaria num passeio pelo céu. Que bonita que era a vista lá de cima: as cores e os sons da noite; a cidade na sua habitual confusão esquisita de luzes que se apagam e de luzes que se acendem…
“Sabes, Lua”, disse, “eu acreditava que as estrelas eram pirilampos que iluminam a noite e afastam os medos. E tu uma fada que conta histórias para nos encantar”.
Ficámos a conversar e a passear, eu e a Lua, durante toda a noite. De vez em quando parávamos à beira de um lago ou na imensidão de uma floresta, e ficávamos em silêncio a contemplar.
E a Lua disse-me muitas coisas. Mas houve uma que me ficou gravada como um sussurro que persiste no tempo: “Nunca te esqueças de sonhar! Os sonhos são como anjos que nos amparam; são como tesouros no mar; são como livros que nos dão asas para voarmos mais longe, cada vez mais longe…“.
A seguir a Lua deu-me um beijo. Abraçou-me com os seus cabelos e ficou a embalar-me até o esquecimento se apoderar de mim.
Nessa manhã, acordei devagar e dentro de mim a memória trauteava uma canção que tinha ouvido na rádio: “Benditas coisas que eu não sei…”.
Maria João Leitão (Professora de Educação Musical)
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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