quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Poemas Puzzle

     Terminamos hoje a publicação dos poemas-puzzle reconstruídos pelos alunos das diferentes turmas, no âmbito da Comemoração do Mês das Bibliotecas. Parabéns a todos pela inspiração!

 
 
PIEC

POEMA PARA LILI


Da Cruz Quebrada a Palmela…

No comboio descendente

Vinham todos à janela,

No comboio descendente

E os outros a dar-lhes trela –

No Comboio descendente

Uns calados para os outros

De Queluz à Cruz Quebrada…

Vinha tudo à gargalhada,

Uns por verem rir os outros

No comboio descendente

E os outros sem ser por nada –

E os outros nem sim nem não –

No comboio descendente

Uns dormindo outros com sono,

Mas que grande reinação!

No comboio descendente

De Palmela a Portimão…


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9º A

ESCADA SEM CORRIMÃO

Há quem chegue a deitar fora

O lastro do coração.

Vai a caminho do sol

Mas nunca passa do chão.

É uma escada em caracol

E que não tem corrimão.

Sobe-se numa corrida

Correm-se p`rigos em vão.

Os degraus, quanto mais altos,

Mais estragados estão.

Nem sustos nem sobressaltos

Servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobe.

Quem tem sonhos também não.

Adivinhaste: é a vida

A escada sem corrimão.

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9º B

Na minha juventude antes de ter saído

Da casa de meus pais disposto a viajar

E era só ouvir o sonhador falar


Chegava o mês de Maio era tudo florido

Eu conhecia já o rebentar do mar

Das páginas dos livros que já tinha lido


E tudo se passava numa outra vida

O rolo das manhãs punha-se a circular

E havia para as coisas sempre uma saída

Da vida como se ela houvesse acontecido


Só sei que tinha o poder duma criança

Entre as coisas e mim havia vizinhança

Quando foi isso? Eu próprio não sei dizer

E tudo era possível era só querer.

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9º C

Escada sem corrimão


É uma escada em caracol

E que não tem corrimão.

Vai a caminho do sol

Mas nunca passa do chão.


Os degraus, quanto mais altos,

Mais estragados estão.

Quem tem medo não a sobe.

Quem tem sonhos também não.


Há quem chegue a deitar fora

O lastro do coração.

Sobe-se numa corrida

A escada sem corrimão.


Correm-se p`rigos em vão.

Nem sustos nem sobressaltos

Servem sequer de lição.

Adivinhaste: é a vida

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9º D


Aqui, sobre estas águas cor de azeite,

Minha velha Aia! Conta-me essa história

Carlota, à noite, ia ver se eu dormia

E vinha, de manhã, trazer-me o leite.


Talvez … baixando, em breve, à Água fria,

Sem um beijo, sem uma Ave-Maria,

Sem uma flor, sem o menor enfeite!

Aqui, não tenho um único deleite!


Cismo em meu Lar, na paz que lá havia.

Ah pudesse eu voltar à minha infância!

Lar adorado, em fumos, a distância,


Ao pé da minha irmã, vendo-a bordar:

Que principiava, tenho-a na memória,

<>.Ah deixem-me chorar!

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9º S M


Era uma vez, lá na Judeia, um rei,

Só por ter o poder de quem é rei

O malvado

Ou não ter coração,

Sem mais nem menos,

Mandou matar quantos eram pequenos

Nas cidades e aldeias da Nação.

Porque um dia,

Por acaso ou milagre, aconteceu

Daquelas mãos de sangue um pequenito

Que, num burrinho pela areia fora,

Fugiu

Mas,

Que o vivo sol da vida acarinhou;

A gente olhava, reparava e via

Que naquela figura não havia

Olhos de quem gosta de crianças.

E na verdade, assim acontecia,

Feio bicho, de resto:

Um cara de burro sem cabresto

E duas grandes tranças.

E bastou

Esse palmo de sonho

Para encher este mundo de alegria;

Para crescer, ser Deus;

E meter no inferno o tal das tranças,

Só porque ele não gostava de crianças.

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10 A

TUDO O QUE FAÇO OU MEDITO


Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.

Tudo o que faço ou medito

Fica sempre na metade.


Tudo o que faço ou medito

Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúcida e rica,

E sou um mar de sargaço -


Um mar onde bóiam lentos

Fragmentos de um mar de além…

Vontades ou pensamentos?

Não o sei e sei-o bem.

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11º A


Cobertos de folhagem, na verdura,

O teu braço ao redor do meu pescoço,

O teu fato sem ter um só destroço,

O meu braço apertando-te a cintura;


Num mimoso jardim, ó pomba mansa,

Sobre um banco de mármore assentados.

Na sombra dos arbustos, que abraçados,

Beijarão meigamente a tua trança.

Nós havemos de estar ambos unidos,

Sem gozos sensuais, sem más ideias,

Esquecendo para sempre as nossas ceias

E a loucura dos vinhos atrevidos.


Nós teremos então sobre os joelhos

Um livro que nos diga muitas cousas

Dos mistérios que estão para além das lousas,

Onde havemos de entrar antes de velhos.


 
Outras vezes buscando distracção,

Leremos bons romances galhofeiros,

Gozaremos assim dias inteiros,

Formando unicamente um coração.


Beatos ou pagãos, vida à paxá,

Nós leremos, aceita este meu voto,

O Flos-Sanctorum místico e devoto

E o laxo Cavalheiro de Flaublas…

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12º A

RECONHECIMENTO À LOUCURA


Já alguém sentiu a loucura

Vestir de repente o nosso corpo?


E tomar a forma dos objectos?

Sim.

E acender relâmpagos no pensamento?

Também.

E ás vezes parecer ser o fim?

Exactamente.

Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima’

Tal e qual.

E depois mostrar-nos o que há-de vir

Muito melhor do que está?

E dar-nos a cheirar uma cor

Que nos faz seguir viagem

E fazer dos abismos descidas de recreio

E covas de encher novidade?

E sentirmo-nos empurrados pelos rins

Na aula de descer abismos

Sem paragem

Nem resignação?

E de uns fazer gigantes

E de outros alienados?

E fazer frente ao impossível

Atrevidamente

E ganhar-lhe, e ganhar-lhe

A ponto do impossível ficar possível?

E quando tudo parece perfeito

Poder-se ir ainda mais além?

E isto de desencantar vidas

Aos que julgam que a vida é só uma?

E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?

Tu Só, loucura, és capaz de transformar

O mundo tantas vezes quantas sejam necessárias para tudo?

Tudo , excepto tu, é rotina peganhenta.

Só tu tens asas para dar

Só tu és capaz de fazer que tenham razão

Tantas razões que hão-de viver juntas.

A quem tas vier buscar



José de Almada Negreiros


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CP-D-TSJ

Bucólica


A vida é feita de nadas:

De searas onduladas

De sombras de uma figueira;

De grandes serras paradas

Pelo vento;

De ninhos que outrora havia

Nos beirais,

De casas de moradia

Caídas e com sinais

De poeira;

À espera de movimento;

De ver esta maravilha:

Meu pai erguer uma videira

Como uma mãe que faz uma trança à filha.

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CPTRB

URGENTEMENTE


 
É urgente o amor, é urgente

Permanecer.

É urgente inventar a alegria,

Multiplicar os beijos, as searas,

E manhãs claras.

É urgente o amor

Cai o silêncio nos ombros e a luz

Impura, até doer.

É urgente destruir certas palavras,

Ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos,

Muitas espadas.

É urgente descobrir rosas e rios

É urgente um barco no mar.

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12º CPIG

FIM

Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes,

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas!

 
Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza…

A um morto nada se recusa,

Eu quero por força ir de burro.

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CPTC

O ECHO

Tão tarde. Adão não vem? Aonde iria Adão?!

Talvez que fosse á caça; quer fazer surprezas com alguma corça branca lá da floresta.

Era p”lo entardecer, e Eva já sentia cuidados por tantas demoras.

Foi chamar ao cimo dos rochedos, e uma voz de mulher tambem, tambem chamou

Adão.

- Outra que não Ella chamara também por Elle.

Teve medo: Mas julgando fantazia chamou de novo: Adão? E uma voz de mulher

tambem , tambem chamou Adão.

E elle a saudá-la ameaçou-lhe um beijo e ella fugiu-lhe.

Foi-se triste para a tenda.

Adão já tinha vindo e trouxera as settas todas, e a caça era nenhuma!

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COZINHA 2

BRINQUEDO

 
Foi um sonho que eu tive:

Era uma grande estrela de papel,

E um menino de bibe.

Presa pelo cordel à sua mão,

O menino tinha lançado a estrela

Com ar de quem semeia uma ilusão;

E estrela ia subindo, azul e amarela,

E o menino, ao vê-la assim, sorriu

Mas tão alto subiu

Que deixou de ser estrela de papel.

E cortou-lhe o cordel.

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Trabalho de Grupo:

Mário André Ferreira Carvalho

Samuel Nunes Silva

Soraia Marisa Araújo Lameiras

André Simões



A CENTOPEIA

A centopeia

em correrias

eternas

a lua cheia,

à luz

de uma candeia.

tem cem pernas

para cercar

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CPET

DE TARDE


Naquele pique-nique de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.


Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

O ramalhete rubro das papoulas!


Pouco depois, em cima de uns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

Um ramalhete rubro de papoulas.

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12º CPIG

FIM


Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes,

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas!

 
Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza…

A um morto nada se recusa,

Eu quero por força ir de burro.

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1º ciclo

3º F (Prof. Alzira)


É como a do caracol

De Inverno more com frio

Vinde lavar ao alegre

Ficou-me o cheiro na mão.


À beirinha do navio.

Fui lavar ao rio turvo

A vida da lavadeira

E de verão morre com sol.


A roupa do marinheiro

Meninas do rio triste

Que a água do nosso rio

E escorregou-me o sabão


 
Põe a roupa como neve.

É lavada no mar alto

Abracei-me com as rosas

não é lavada no rio

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