Numa altura em que o espírito natalício (com tudo o que ele representa) anda um pouco por todo o lado, assumindo mil e umas formas, eis que nos chega este relato de um Natal vivido por um dos nossos alunos. Uma história simples mas franca. É o Natal visto por uma criança de 10 anos:
No Natal passado, eu estava ansioso para que esta festa chegasse, para poder ter as minhas prendas. Mas não sabia o que devia pedir aos meus Pais, para eles me comprarem. Então lembrei-me de perguntar a todos os meus colegas o que é que eles gostariam de receber, mas nada do que eles disseram me interessou.
No Natal passado, eu estava ansioso para que esta festa chegasse, para poder ter as minhas prendas. Mas não sabia o que devia pedir aos meus Pais, para eles me comprarem. Então lembrei-me de perguntar a todos os meus colegas o que é que eles gostariam de receber, mas nada do que eles disseram me interessou.
No dia seguinte, os meus Pais perguntaram-me o que é que eu queria, mas como eu não tinha ainda decidido, disse-lhes para comprarem o que conseguissem e eles concordaram. Como eu continuava sem saber o que queria, pensei, em vez de receber, dar eu aos meus Pais uma prenda: um desenho feito por mim!
Na véspera de Natal, eu, a minha Mãe, o meu Pai e a minha irmã fomos à procura de uma árvore e, mais tarde, depois de já a ter em casa, fomos enfeitá-la e colocar os presentes junto dela.
No Dia de Natal, fomos abrir esses presentes e eu tinha, para mim, uma mota telecomandada, roupa, um boneco e dinheiro. Depois de todos os presentes abertos, eu fui ter com os meus Pais e dei-lhes o desenho que eu tinha feito e expliquei-lhes que não tinha comprado nada de especial para eles, porque não tinha dinheiro e eles disseram que não era preciso nada porque, só com um beijo meu, eles ficavam felizes!
(David Silva – Nº 9 – 5º C)
1 comentários:
Numa época em que a sociedade de consumo conseguiu subverter por completo o genuíno espírito natalício, o texto do David faz-nos recordar que o mais importante não é a quantidade de coisas que damos e/ou recebemos, mas antes a qualidade e a intenção que colocamos nas nossas acções. Imagino como os pais terão ficado felizes com o seu desenho!...
Recomendo ao David a a todos a leitura do livro de Antoine de Saint-Exupéry, "O Principezinho", cuja apresentação é possível encontrar no arquivo deste blog, do mês de Outubro. Nesse livro aprendemos que "o essencial é invisível para os olhos", "só se vê bem com o coração".
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