Hoje publicamos mais alguns textos contendo poemas puzzle “reconstruídos” pelos alunos, na comemoração do Mês das Bibliotecas. Desta feita, são os poemas das turmas do 9º Ano e do 10º Ano.
9º A
Escada sem corrimão
É uma escada em caracol
E que não tem corrimão
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos
Mais estragados estão
Nem sustos nem sobressaltos
Servem sequer de lição
Quem tem medo não a sobe.
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida
Correm-se p’rigos em vão
Adivinhas-te: é a vida
A escada sem corrimão
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9º B
Cor
Afinal o que é a cor?
Ela é interferência, é período, é frequência
Ela é inspiração na paleta do pintor.
É o vermelho de Almada? É o azul de Chagall?
A cor, o que é afinal? Energia no essencial.
Em azulejos, vitrais ou em tantas coisas mais,
A cor é fundamental.
Seja no azul do mar, que às vezes é cor de breu,
Seja no azul do céu ou no verde de um olhar,
Seja no roxo dos montes, seja no cinza das fontes,
Seja no verde das plantas, no colorido das mantas,
Seja em janelas, portadas, seja em telhados, fachadas,
Nas searas amarelas, perturbantes de tão belas,
O que é a cor afinal? Energia, no essencial.
É emissão de fotões, é um salto de electrões,
Absorções, emissões, ou também interacções
Ela é excitação, e logo, desexcitação,
Entre a luz e a matéria. Pode ser sublime, etérea.
Seja ela tudo ou nada, a cor é fundamental.
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9º C
Lírio Roxo
Viajei por toda a Terra
Desde o norte até ao sul;
Em toda a parte do mundo
Vi mar verde e céu azul,
Em toda a parte vi flores
Romperem do pó do chão,
Que em toda a parte se dão.
Universais, como as dores do mundo
Vi sempre estrelas serenas
E as ondas morrendo em espuma.
Todo o Sol um Sol apenas,
E a Lua sempre só uma.
Diferente de quanto existe
Só a dor que me reparte,
Enquanto em mim morro triste,
Nasço alegre em toda a parte.
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10º A
Coisas, Pequenas Coisas
Homem, até o barro tem poesia!
Olha as coisas com humildade.
Fazer das coisas fracas um poema.
E tu, que não sabias o segredo,
Perdes a vaidade.
Uma árvore está quieta,
Murcha, desprezada.
Mas se o poeta a levanta pelos cabelos
E lhe sopra os dedos,
Ela volta a empertigar-se, renovada.
Fora de ti há o mundo
E nele há tudo
Que em ti não cabe.
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10º B
A um Livro
Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes!... Quem soubera
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
As orações que choro e rio e canto!...
Tudo o que eu sinto sem poder dizer!
Velar a minha Dor desse teu manto!...
Estranho livro aquele que escreveste,
O livro que me deste é meu e salma
No silêncio de cinzas do meu Ser
Leio-o , e folheio, assim, toda a minh’alma!
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.
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